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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Assim nasceu a dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Djdidi o Repórter

 


Zezé Di Camargo & Luciano 


Zezé Di Camargo & Luciano é uma dupla brasileira de música sertaneja formada pelos irmãos Mirosmar José de Camargo (17 de agosto de 1962) conhecido como Zezé Di Camargo e Welson David de Camargo (20 de janeiro de 1973) conhecido como Luciano. Ambos nascidos em Pirenópolis. A dupla alcançou a fama em 1991, quando o single "É O Amor", composição de Zezé Di Camargo, foi lançado e tornou-se um grande sucesso no Brasil. Fontes divergem em relação as vendas da dupla, algumas delas falam em mais de 20 milhões[1] enquanto outras mais de 40 milhões de discos.

1962–1975: Camargo & Camarguinho

Fã de Tonico e Tinoco, seu Francisco, um lavrador de Pirenópolis, uma cidade no interior do estado de Goiás, tinha o sonho de tornar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. Foi que em 17 de agosto de 1962, nascia Mirosmar (Zezé Di Camargo), o primogênito da família, e seu Francisco disse à sua esposa, dona Helena: "Agora precisamos da segunda voz..." Um ano depois, em 1963 nascia Emival. Quando Zezé completou 11 anos, ele ganhou do pai uma gaita de boca. Mais tarde, seu Francisco comprou uma sanfona e um violão para os filhos, que àquela altura já formavam a dupla Camargo & Camarguinho, e se apresentava em circos e rodoviárias. "Como eles tinham vergonha, eu dava dinheiro escondido para os outros pagarem os dois depois que cantassem. Era para incentivar...", relembra seu Francisco.

Em 1974, a família foi para Goiânia, depois que seu Benedito, avô materno da dupla, quis de volta as terras onde eles moravam. Em Goiânia, passaram a morar num barraco de dois cômodos. O telhado era remendado com papelão e latas. Seu Francisco arrumou emprego como servente de obra, e Dona Helena trabalhava como lavadeira. Lá, Welington, irmão nove anos mais novo que Zezé, adquiriu paralisia infantil. A dupla Camargo e Camarguinho, que tocava canções de Tonico e Tinoco e de outras duplas da época, por vezes viajam para se apresentar no interior do país. No ano de 1975, voltando de uma apresentação em Imperatriz, no Maranhão, numa espécie de lotação, quando os garotos tinham 12 e 11 anos, Emival morreu num acidente. Zezé teve apenas um ferimento próximo ao olho. "Emival não voltou para casa. Éramos os irmãos mais ligados. Fiquei traumatizado..." – Zezé revelou mais tarde.

1976–1989: Outros grupos, carreira solo e Zezé Di Camargo & Luciano

Com 13 anos Zezé já trabalhava como office-boy, mas não desistira da música. Posteriormente integrou dupla Neilton e Mirosmar. Neilton fazia a segunda voz e tocava violão, e Zezé di Camargo fazia a primeira voz e o seu instrumento era o acordeão. A diferença de idade entre os dois era de 13 anos. Aos 15 anos era o Zé Neto do trio Os Caçulas do Brasil, com o qual chegou a gravar um disco. Em 1979 formou parceria com um amigo de Goiânia, dez anos mais velho e remanescente do trio. A carreira da dupla Zazá & Zezé, que teve boa expressão em Goiás e no Mato Grosso, deu origem a três LPs lançados entre 1980 e 1984. Mas não vingou porque Zazá tinha planos regionais, Zezé queria ganhar o país.

Em 1987, Zezé resolveu partir para São Paulo e tentar carreira solo. Gravou dois discos pelo selo 3M. Por essa época, algumas de suas composições já eram sucesso nas vozes de duplas consagradas, como Chitãozinho e Xororó. "Apresentei 'Solidão' ao Leonardo, mas achava que ela deveria ser gravada pelo Amado Batista. Porém, o Leo gostava muito da canção. Fez um playback sem me avisar. Só contou quando já tinha decidido gravá-la", conta Zezé. A canção acabou fazendo sucesso nas vozes de Leandro & Leonardo.

Apesar das composições bem-sucedidas, o filho mais velho de seu Francisco queria mesmo era emplacar como cantor. Welson David, irmão dez anos mais novo, imaginava que Zezé estivesse fazendo sucesso em São Paulo. Não desconfiava que ele passava dificuldades que e as contas na casa de Zezé eram, muitas vezes, pagas por Zilú, sua mulher. Welson dizia em casa que cantava no clube da Caixego, onde trabalhava como office-boy. No Natal de 1989, o filho mais velho foi visitar a família em Goiânia. Welson aproveitou para mostrar o que sabia, mesmo sem nunca ter cantado profissionalmente. "Vi que ele tinha tino para a coisa", lembra Zezé. "Comentei com a Zilú e ela deu a maior força, afinal era meu irmão, novinho, boa pinta e sem vícios". Zezé precisava mesmo encontrar um parceiro. Ele estudava propostas de algumas gravadoras, que só fechariam contrato se o cantor formasse novamente uma dupla. Combinaram de se encontrar em São Paulo depois de um mês. Deram início aos ensaios. Zezé às vezes se irritava com o irmão mais novo. Ele começava bem, mas passava para a voz do seu irmão. Por pouco Zezé não manda o irmão de volta para a casa dos pais, depois de Welson ter se metido numa briga. "Quem não deixou foi a Zilú", recorda. Na hora de escolher o nome para a dupla, os dois passaram a ver qual soaria melhor ao lado de Zezé Di Camargo. "Que tal Luciano?", arriscou Zezé.

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