Os modelos e técnicas atualmente usados em economia evoluíram da economia política do final do século XIX, derivado da vontade de usar métodos mais empíricos à semelhança das ciências naturais.[2] Pode representar, em sentido lato, a situação económica de um país ou região; isto é, a sua situação conjuntural (relativamente aos ciclos da economia) ou estrutural.
A economia é, geralmente, dividida em dois grandes ramos: a microeconomia, que estuda os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que estuda o resultado agregado dos vários comportamentos individuais. Atualmente, a economia aplica o seu corpo de conhecimento para análise e gestão dos mais variados tipos de organizações humanas (entidades públicas, empresas privadas, cooperativas, etc.) e domínios (internacional, finanças, desenvolvimento dos países, ambiente, mercado de trabalho, cultura, agricultura, etc.).
Outras formas de divisão da disciplina são: a distinção entre economia positiva ("o que é", que tenta explicar o comportamento ou fenômeno econômico observado) e economia normativa ("o que deveria ser", frequentemente relacionado com políticas públicas); a distinção entre economia ortodoxa, aquela que lida com o nexo "racionalidade-individualismo-equilíbrio", e a economia heterodoxa, que pode ser definida por um nexo "instituições-história-estrutura social
Lionel Robbins (1932) desenvolveu implicações do que foi denominado "talvez a definição atual mais comumente aceita do assunto":[19]
A economia é uma ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que têm usos alternativos Robbins descreve a definição como não classificatória em "escolher certos tipos de comportamento", mas sim analítica em "focar a atenção em um aspecto particular do comportamento, a forma imposta pela influência da escassez".
Alguns comentários subsequentes criticaram a definição como excessivamente ampla ao não limitar seu assunto à análise de mercados. A partir da década de 1960, no entanto, esses comentários foram reduzidos à medida que a teoria econômica de maximizar o comportamento e a modelagem da escolha racional expandiram o domínio do assunto para áreas previamente tratadas em outros campos.[22] Também existem outras críticas, como a escassez não levando em conta a macroeconomia do alto desemprego.[23]
Gary Becker, colaborador da expansão da economia em novas áreas, descreve a abordagem que ele favorece como "combinando as suposições de se maximizar o comportamento, as preferências estáveis e o equilíbrio do mercado, usadas de forma implacável e inflexível".[24] Um comentário caracteriza a observação como fazendo da economia uma abordagem, e não um assunto, mas com grande especificidade quanto ao "processo de escolha e ao tipo de interação social que [tal] análise envolve".[25]
John Neville Keynes considerava a discussão que antecedeu a definição de economia mais importante do que a própria definição.[26] Seria uma maneira de revelar o escopo, a direção e os problemas que a ciência enfrenta.
Uma revisão recente das definições de economia inclui uma variedade daquelas em livros didáticos de princípios, tal como descrições do assunto como o estudo de:
a 'economia' (como atividade econômica);
o processo de coordenação;
os efeitos da escassez;
a ciência da escolha;
Comportamento humano;
seres humanos quanto à forma como coordenam desejos e vontades, dados os mecanismos de tomada de decisão, os costumes sociais e as realidades políticas da sociedade.
Conclui que a falta de concordância não precisa afetar o assunto tratado pelos textos. Entre os economistas de maneira mais geral, argumenta que uma definição específica apresentada pode refletir a direção em que o autor acredita que a economia está evoluindo ou deveria evoluir.
Em microeconomia, produção é um processo que usa insumos para criar produtos, destinados ao comércio ou ao consumo. A produção é um fluxo, logo é mensurável através de um rácio por unidade de tempo. É comum distinguir entre a produção de bens de consumo (alimentos, cortes de cabelo, etc.) vs. bens de investimento (novos tratores, edifícios, estradas, etc.), bens públicos (defesa nacional, segurança pública, proteção civil, etc.) ou bens privados (computadores novos, bananas, etc.).
As entradas para o processo de produção incluem fatores de produção básicos como o trabalho, capital (bens duradouros usados na produção, como uma fábrica) e terra (incluindo recursos naturais). Outros fatores incluem bens intermédios usados na produção dos bens finais, como por exemplo o aço no fabrico de um carro novo.
O custo de oportunidade, relacionado com o custo económico, é o valor da melhor alternativa disponível quando se tem que fazer uma escolha entre duas opções mutuamente exclusivas. É descrita como sendo a expressão da "relação básica entre escassez e escolha".[34] O custo de oportunidade é um fator que garante a utilização eficiente dos recursos escassos, pois o custo é ponderado face ao valor gerado, no momento de decidir aumentar ou reduzir uma atividade.
Os custos de oportunidade não se restringem a custos monetários. Podem também ser medidos em tempo (de lazer, por exemplo) ou qualquer outra coisa que corresponda a um benefício alternativo (utilidade, no vocabulário microeconómico)[35] A eficiência económica descreve o quanto um sistema utiliza bem os recursos disponíveis, dada a tecnologia disponível. A eficiência aumenta se conseguirmos obter um maior resultado sem aumentar os recursos usados, ou seja, se conseguirmos reduzir o "desperdício".[36] Dizemos que temos uma eficiência de Pareto quando estamos num ponto onde nenhuma alteração na forma como usamos os recursos disponíveis consegue melhorar o resultado para alguém sem piorar a situação de outro.
A fronteira de possibilidades de produção (FPP) é uma ferramenta analítica que representa a escassez, custo e eficiência. No caso mais simples, estudamos uma economia que produz apenas dois bens. A FPP é uma tabela ou gráfico (ver ilustração) que mostra as várias combinações de quantidades dos dois produtos que é possível ter, dado a tecnologia e os fatores de produção disponíveis.
Cada ponto na curva mostra uma produção potencial total máxima para a economia, que é a produção máxima possível para um bem, dada uma quantidade de produção para o outro bem. É um ponto de eficiência produtiva por maximizar a produção para um total dado de insumos. Um ponto "dentro" da curva é possível mas representa ineficiência produtiva (uso de insumos com desperdício), no sentido de que é possível aumentar a produção de um ou ambos os bens no sentido nordeste em direção a um ponto na curva.
O gráfico na ilustração exemplifica uma curva com todos os pontos economicamente eficientes. O ponto A no gráfico, por exemplo, indica-nos que a produção de FA de comida e CA de computadores é eficiente. O mesmo se passa com FB de comida e CB de computadores (ponto B). Os pontos abaixo dessa linha são ineficientes, pois é possível aumentar a produção de um dos bens sem ser forçado a reduzir a produção do outro.
A escassez é representada na figura pela impossibilidade de se poder produzir para além da FPP. São os pontos acima da linha, impossíveis de atingir com os recursos e tecnologia disponíveis. É também representada pelo declive da curva, que representa o quanto da produção de um bem diminui quando a produção do outro aumenta, numa relação inversa.[37] Isso ocorre porque uma maior produção de um bem requer a transferência de insumos da produção do outro bem, forçando a sua diminuição. É um exemplo de custo de oportunidade e significa que escolher mais de um bem implica ter menos do outro.
Estar na curva pode ainda não satisfazer completamente a eficiência alocativa (também apelidado de eficiência de Pareto) se a curva não consistir numa combinação de produtos que os consumidores tenham preferência face a outros pontos ou combinações.[38]:Cap.1-C Numa economia de mercado, o ponto da curva onde a economia se posiciona pode ser explicado pela escolha que os agentes pensam mais preferível.
Muito da economia aplicada em políticas públicas está preocupada em determinar como a eficiência de uma economia pode ser aumentada.[38] :Cap.2,"Efficiency" Encarar a realidade da escassez para então perceber como podemos organizar a sociedade para ter o uso mais eficiente dos recursos tem sido descrito como sendo a "essência da economia", onde a disciplina "faz a sua contribuição ímpar".[38] :5
Especialização[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Divisão do trabalho, Vantagem comparativa e Ganhos com o comércio
A especialização é considerada um aspecto chave para a eficiência económica, devido a diferentes agentes (indivíduos ou países) terem diferentes vantagens comparativas.
Mesmo que um país detenha vantagem absoluta em todos os setores, tem vantagem em se especializar nas áreas onde tenha as maiores vantagens comparativas, efetuando depois trocas comerciais com outros países. Consegue desta forma obter uma maior quantidade dos produtos onde não se especializou comparado com a opção de produzir tudo por si.
Um exemplo disso é a especialização dos países desenvolvidos em produtos de alta tecnologia, preferindo adquirir os bens de manufatura aos países em desenvolvimento, onde a mão de obra é barata e abundante.
A teoria defende que desta forma se consegue obter um maior total de produtos e utilidade, comparando com a situação em que cada país decide pela produção própria de todos os produtos.
A teoria da vantagem comparativa é responsável pela crença generalizada dos economistas nos benefícios do comércio livre.
O conceito aplica-se a indivíduos, fazendas, fábricas, fornecedores de serviços e a economias.
Em qualquer um destes sistemas produtivos podemos ter:
uma divisão do trabalho onde cada trabalhador é responsável por uma tarefa distinta e especializada fazendo parte do esforço produtivo, ou
diferentes formas de uso do capital fixo e da terra.[39][40][41]
A Riqueza das Nações (1776), de Adam Smith faz uma discussão notável dos benefícios da divisão do trabalho. A forma como os indivíduos podem aplicar da melhor forma o seu trabalho, ou qualquer outro recurso, é um tema central do primeiro livro da obra.
Smith afirmava que um indivíduo deveria investir recursos, por exemplo, terra e trabalho, de forma a obter o maior retorno possível.
Desta forma, as várias aplicações de um mesmo recurso devem ter uma taxa de retorno igual (ajustada pelo risco relativo associado a cada atividade). Caso contrário, acabaria por ocorrer uma realocação de recursos melhorando o retorno.

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